Uma recente pesquisa realizada pelo IBGE, intitulada de "Conta-Satélite de Saúde 2010-2015"- pena que os dados são até 2015 - mostra as informações sobre o quadro de saúde no país. Mais especificamente, as questões financeiras deste setor.
Vamos às revelações, preparem-se, os dados são interessantíssimos:
A) No Brasil, em 2015, se gastou R$ 546 bilhões, sendo que, "R$ 231 bilhões (3,9% do PIB) foram despesas de consumo do governo e R$ 315 bilhões (5,2% do PIB) despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviços das famílias."
B) A despesa per capita com o consumo de bens e serviços de saúde, em 2015, foi de R$ 1.538,79 para famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias. E de R$ 1.131,94 para o governo. O principal gasto das famílias foi com serviços de saúde privados (incluindo planos de saúde), chegando a 3,4% do PIB (R$ 204,4 bilhões) em 2015.
C) Na despesa de consumo do governo, o principal item foi a saúde pública, que representou 2,7% (R$ 105,6 bilhões) do PIB em 2010 e 3,1% (R$ 184,2 bilhões) em 2015. A despesa do governo com serviços de saúde privados foi de 0,6% do PIB (R$ 36,2 bilhões) em 2015 e as despesas com medicamentos para distribuição gratuita foi de 0,2% (R$ 10,9 bilhões) em 2015. Assim, a despesa do governo com serviços de saúde é maior que a das famílias, mas quando se consideram as despesas com medicamentos, o consumo das famílias é maior que o do governo.
D) A participação das atividades de saúde na renda gerada no país (valor adicionado) aumentou em todos os anos da série, passando de 6,1% (R$ 202,3 bilhões) em 2010 para 7,3% (R$ 375,1 bilhões) em 2015. Fonte: IBGE, 2018.
Este é o cenário. Percebe-se claramente que a saúde privada é predominante. Isto é, o impacto dessa conta no orçamento das famílias cresce ano a ano. Até aparece um gasto considerável por parte do governo nos serviços de saúde, mas quando se acrescenta medicamentos e outros serviços adicionais de saúde fica claro que a conta fica com as famílias.
Esses dados, então, mostram a realidade atual, mesmo que a defasagem das informações sejam de três anos. De fato, as famílias devem se atentar cada vez mais para essa conta em seu orçamento.
E, por fim, o lado positivo é que ainda a saúde gera trabalho e renda no Brasil. Parece-me que a saúde privada é a tendência. Em tempos de eleição é preciso pensar e refletir sobre isso, ou melhor, buscar planejar esse cenário. Povo que tem saúde, com certeza, será mais desenvolvido.